Muitos planos não saem do papel por várias razões. Aqui separei 04 delas que agrupam os erros mais comuns. Aliás, você se lembra quando que o Plano Municipal ou Diretor de Turismo foi usado no processo de tomada de decisão estratégica? …
ERRO 1 – PLANOS QUE NÃO PREVÊM ORÇAMENTO, NEM AMPARO JURÍDICO
De nada vale ter toda a informação do mundo sobre mercado e consumo, se as ações táticas-operacionais não estiverem lastradas por um bom conjunto de Leis (e isso inclui as orçamentárias) que propiciem o desenvolvimento institucional sadio para que as pessoas sintam-se seguras em se envolver e se comprometer. Plano de Turismo que não vem com um capítulo claro mostrando da onde virão os recursos não tem validade e vai virar depósito de pó.
Por isso, antes de fazer o Plano, analise a atual situação orçamentária da Secretaria e da Prefeitura, bem como também a jurídica de todo o processo. Lembre-se toda ação seja de promoção, comercialização ou articulação tem que ter a respectiva rubrica ($). Não viaje. Menos é mais. Estabeleça gastos de forma progressiva em ações consistentes que tenham maior possibilidade de continuidade, como por exemplo o calendário temático de eventos.
ERRO 2 – EXCESSO DE INVENTÁRIO DO TIPO ENCHER-LINGUIÇA E NADA DE MERCADO
Muitos documentos chegam com excesso de informação vindos de inventários que só servem para deixar o documento mais grosso, com um ar de “olha como deu trabalho!” Outra coisa. Muitos aparentam estar mais preocupados com o futuro, não estão dando a devida atenção ao que está acontecendo agora. Comportamento do consumidor da geração “WXP500 do futuro do subjuntivo do não sei” é um exemplo disso. Ainda que interessante, o foco definitivamente não é esse…
Olhe para o processo de tomada de decisão = saúde institucional do COMTUR. Além disso, não perca tempo com teses acadêmicas disfarçadas de Plano de Turismo. Articule com pessoas reais de mercado para avaliar o que dá negócio na sua Cidade. Assim como, o que precisa ser feito em termos de promoção e investimentos para que o Turismo aconteça. Uma dica: Observe na web o que o consumidor está dizendo hoje sobre a sua Cidade. O resto é blá-blá-blá…
ERRO 3 – PLANOS COM EXCESSO DE AÇÕES QUE SÓ RESULTAM EM GASTO ENERGÉTICO
Como é sabido que os recursos do Turismo no Município são sempre escassos, não dá para gastar energia em ações que costumam consumir muito recurso, mas que o resultado não aparece na percepção do empresariado. Ações como conscientização do Turismo em Escolas, são um exemplo claro. Lembre-se a sociedade só irá valorizar o turismo quando ela perceber que o setor está gerando emprego e renda local. Em outras palavras, quando as pessoas olharem o Turismo como algo estável e promissor.
Na ânsia de mostrar resultado, muito Planos vem com um enxame de ações nos primeiros anos que acabam cansando e consumindo os poucos recursos que há. Como resultado, morre na praia. Não saia dando tiro para todos os lados. Foque em ações que podem ser realizadas com o mínimo de esforço com maximização de resultados na percepção dos envolvidos.
ERRO 4 – FALTA DE CLAREZA E RESPONSABILIDADE DO PAPEL DE CADA UM
E por fim, é muito, mas muito comum mesmo ver Plano Municipais ou Diretores de Turismo acéfalos, sem deixar claro as responsabilidades da engrenagem: Poder Público, do Terceiro Setor e do Empresariado. E, via de regra, tudo acaba ficando com o primeiro grupo, o que é o erro dos erros. Planos de Turismo não podem ser realizados em 60 ou 90 dias. É preciso ser construído pelo e no COMTUR (desde que ele não seja uma extensão da Sectur!!), de forma de forma compartilhada, degrau a degrau deixando claro o que cada um vai fazer dentro do SIMTUR. Até para que seja possível cobrar depois, não é mesmo?
Sem esta discussão, entendimento e aplicação, que na realidade chama-se Governança, o Turismo fica a mercê da vontade do Alcaide. Com isso, governa-se sozinho….E isso, conhecemos muito bem, não é mesmo? Pense nisso.
Dúvidas, esclarecimentos? Escreva. Curta a fanpage @politicadeturismo
Abraço e obrigado pela confiança.
Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.
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