Neste texto abre-alas deste ano, peço ao leitor que observe com muita atenção duas coisas no tabela/gráfico baixo: (A) Nosso desempenho histórico (em vermelho) nestes 14 anos e, (B) o desempenho do resto da América do Sul (em azul), no mesmo período, ok?
Analisando o histórico desde 2003 (primeiro ano do PNRT), tem-se um excelente exemplo da diferença entre querer e fazer por onde. E neste quesito, os números não mentem. Perceba que se compararmos a performance brasileira com o resto da América do Sul, chego a conclusão que o problema é interno, como sempre.
E o que mais me impressiona é ver que, mesmo passados 15 anos, vendo o país patinando em torno de si mesmo, as metas propostas na nova cartilha do PNRT, recém publicada pelo MTUR, trazem números que me remetem a algo prematuro e sem lastro ou argumento, que sustente tecnicamente.
Veja. Se a meta para 2022 é praticamente duplicar o número das chegadas internacionais, dos atuais 6,5 para 12 milhões, então é melhor o MTUR rever mesmo seus conceitos. O documento traz um showroom do mais do mesmo, inclusive incluindo aquelas antigas ações de sensibilização lá dos anos 90, época do finado PNMT. Não estamos mais na época daquele discurso generalista e introdutório!!!
Pouco e quase se fala em mercado, sobre uso de novas tecnologias, processos efetivos de gestão cooperada com o trade local, ou sobre as bases legais das quais se possível definir responsabilidades e garantir investimentos tão necessários…Diante de tantas mudanças no cenário político e institucional, confesso que esperava pelo menos alguma sinalização rumo a tais direcionamentos.
Mesmo porque, as deficiências da atual Política Nacional de Turismo são bem conhecidas. Bem como também são, as boas práticas realizadas individualmente por diversos Municípios brasileiros que lograram obter resultados contundentes. O mesmo serve para Estados que avançaram no estabelecimento de Leis mais úteis, como por exemplo a Lei dos MIT (Municípios de Interesse Turístico). Mostram que as assembléias e câmaras conseguem aprovar leis muito mais úteis do que aquelas da rota x ou cerveja y…
É bom lembrar que muitos Municípios seguem o que o MTUR, acabando sendo quase que a única referência para tudo. E do jeito que está, o #10yearschallenge, vai ser de fato, bem challange mesmo. O que me resta é aguardar que a cartilha e todos os próximos passos da política de turismo nacional, possam ser aprimorados rumo ao que de fato interessa: o fortalecimento do Turismo nos Municípios.
OBS: Ainda que a cartilha do MTUR não seja um documento acadêmico roga-se suprir com informações corretas quando do uso de uma referência bibliográfica.
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Abraço e obrigado pela confiança.
Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.
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