Texto 18 – Com ou sem MTUR. Será que isto é o que realmente importa? Sério mesmo? Série Política de Turismo, por Eduardo Mielke.

Hoje a pauta é  a polêmica entorno da permanência ou não do MTUR. Mas esta é a pauta mesmo? Que tal ir mais além?

Extinguir ou juntar? Muitas UFs passam pelo mesmo dilema. O fato é, que o Michel Temer reagiu alheio a isso tudo, e distribuiu. Mostrou claramente para bom entendedor, como a banda da governabilidade toca em BSB. A pressão já começa dentro do próprio PMDB. Pense se esta meia palavra basta!

Se não, então veja. O PMDB já sinalizou para MG, ainda que os correligionários de SC e AL já deram exemplos vinicianos de excelentes quadros. Mesmo assim, não deu. Aguardamos. Ainda que alguns achem que a cátedra resolve, saber manejar o UFC no DF, demanda muito mais. E tentar algo consistente em um governo inglório que terá a frente, 22 meses úteis é tarefa para quem sabe. Aliás, se já der para liberar os Cassinos …

Olhemos para a prateleira de cima, e vejamos como os TOP 10 lidam com turismo dentro dos seus Governos.

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Com exceção do México (10o), nenhum deles mesmo, tem uma pasta exclusiva de Turismo. Lá, o Turismo está com o Comércio ou Cultura, e sempre fazendo parte da Política Pública de Estado à promoção de emprego e renda. Em ambas direções, sugere-se forte presença da iniciativa privada na tomada de decisão, antenada à dinâmica de mercado. Coisa que o Sr. Kubitschek em 1960, não entendeu ser necessário.

Por lá, uma das principais funções do turismo é Promoção, feitas inclusive com os C&VB que são muitas vezes, entes públicos. Por aqui, temos a EMBRATUR (politicamente independência ao MTUR), que a faz com conexão inaudível dos C&VB daqui. Coisa que se Sr. Kubitschek fosse vivo, não entenderia.

Por lá, demandas como as de infraestrutura, são atendidas por outras pastas. Por aqui, o mesmo acontece. Mas, o é muito mais pelo minúsculo recurso que o MTUR dispõe, do que pela organização do próprio governo. Aliás, francamente. Este histórico do orçamento nos tem dado a nítida compreensão, de como o Planalto Central percebe o turismo no Brasil desde sempre. De duas uma: ou não estamos sendo competentes em enviar a mensagem correta, ou não sabemos nem que mensagem enviar. Vou pela segunda ,e você?

O MTUR em si não é a pauta, mas sim este modus 100% operanti do distribuir para governar. Incluindo para inglês ver as instituições do trade, sempre nos deixará longe de números representativos, até para dizer do porquê da pasta. Mesmo com excelentes técnicos, o MTUR sofre das mesmas limitações como qualquer secretaria municipal de turismo. Sem dinheiro e prestígio. Até quando? As discussões sobre o tema muito mais dividem do que o contrário. Navegam entre nós e eles, mais do mesmo, deixando fácil ao descaso palaciano.

Urge uma discussão mais consistente sobre como queremos que o governo entenda o Turismo, e como ele deve ser instrumentalizado politicamente e institucionalmente em todos os níveis. Mesmo que saibamos o que queremos, até quando iremos deixar incerto daquilo que realmente nos interessa. Se você acha difícil se fazer entender no DF, então comece pelo seu Município. As eleições estão aí e a mudança é de baixo para cima.

Debatendo ainda, com ou sem MTUR? Sério mesmo?

Dúvidas? Pergunte!

Abraços. Mielke, Dr.

 

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