Texto 19 – Cidade Turística, dicas para saber se a sua é uma. Série SIMTUR, por Eduardo Mielke.

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Se você não encontra fácil os indicadores da foto, então reveja seus conceitos. Cidade Turística é a pauta hoje.

Aos olhos do mercado, tudo orbita em entorno do conceito: Cooperar para Competir. Antes de fazer a economia do município girar, é a da economia interna da própria Cadeia de Valor do Turismo, que deve dar o exemplo. Por deste movimento, é que as oportunidades turísticas se estabelecem, a competitividade se cria e faz com que lugares, como o seu estabelecimento, sejam mais lembrados do que os outros. Qualquer caminho inverso é insustentável. Pense nisso.

Fez sentido? Então, apresento três indicadores práticos, em ordem de importância, para que você analise na sua Cidade.

Primeiro, é a % de hotéis e restaurantes que praticam o comissionamento para os Guias de Turismo. É “para acabar”, quando ao chegar com um grupo de 40 pagantes e a empresa turística oferece uma cortesia, do tipo prato de comida. Um horror. Não se esqueça que eles estão te vendendo. E todos, assim como você, gostam de dinheiro. Ponto. Logo, quer fazer com que o Guia traga mais 40? ENTÃO, DÊ COMISSÃO ORAS! Se você é Secretário de Turismo uma dica: Para estruturar a Política de Turismo municipal consistente, converse com o trade sobre o assunto e tenha, fundamentalmente, os Guias de Turismo em sua base. Assim como as empresas, eles também estão na ponta. Ouvem e sabem de tudo, inclusive o que você deve fazer e onde agir.

Segundo. Se na recepção hotel, somente há o folder da pizzaria ou invés do menu Roteiros Turísticos (info+fotos+contato). Isto demonstra que o conceito Cooperar para Competir é pouco trabalhado, e que não há muito o que fazer na Cidade, além daquela pizzaria. Mesmo havendo atrativos, se eles não são oferecidos de pouco servem. Logo, é preciso haver um ambiente comercial para este menu alí esteja. Uma das razões deste problema, pode estar na não observância do primeiro indicador. Se dá negócio, sempre haverá interesse de alguém.

E terceiro, a quantidade de turistas com o Mapa Turístico na mão. E se há poucos, o caso é mais sério ainda. Mas veja, não estou me referindo àqueles com desenhos com cara de Fofão meio Ursinhos Carinhosos. São lindos, mas servem mais para pendurar na parede. Me refiro aos que informam opções de serviços, e onde o turista está. Os mapas são excelentes materiais promocionais que funcionam quase que como um crachá dizendo “Turista Aqui”. Além de poder ser usado como souvenir, o seu perambular aumenta muito também a percepção da população da sua Cidade sobre a importância do turismo.

Á claro que há outros indicadores. Mas, acredito que você já terá bastante trabalho para fazer. Comece fazendo um estudo de quão mais próximo do 100%, em cada um dos três a sua cidade se encontra. Exemplo: todos os hotéis e restaurantes comissionam? A diferença do quanto falta ao 100% (ou próximo), representa o quanto de trabalho você terá pela frente. Agora, se tem ou está com dificuldade de iniciar estas conversas, pergunte! Sigo a disposição.

Abraços, Mielke, Dr.

9 comentários em “Texto 19 – Cidade Turística, dicas para saber se a sua é uma. Série SIMTUR, por Eduardo Mielke.”

  1. Hoje além de todas as dificuldades citadas o que vem pesando mais é o exercício ilegal da profissão, não contratam o Guia de Turismo e ainda se entitulam como tal! Cadê as leque amparam o Guia? Cadê fiscalização?

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    • Olá Silvana, Obrigado pelo seu comentário.

      Você tocou num ponto que vejo em todo o Brasil. Sempre ouço esta reclamação.
      Esta ausência do Estado que resulta neste comportamento de desvio sobre Leis, sobre as pessoas …sobre qualquer coisa.

      Mas veja, se há o ilegal que oferece, há o bandido que compra.
      Abraços

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  2. PORTARIA Nº 27, DE 30 DE JANEIRO DE 2014 – http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=71
    É vedados ao guia de turismo a cobrança de comissão nos termo do art. 9º, inciso VII, desta portaria do Ministério do Turismo.
    Art 9º No exercício da atividade, o guia de turismo deverá:
    VII – esclarecer aos turistas os serviços que prestará e os valores correspondentes, sendo vedada a cobrança de comissão como condição para levá-los a estabelecimentos comerciais.

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    • Mauro Cruz,
      Muito obrigado pelo comentário. Aliás um dos melhores e mais oportunos comentários. De fato “venda casada” não é permitido…mas…

      Vou detalhar com o PROCON e outros juristas a respeito, e volto a te responder tecnicamente. Sua pergunta é muito importante e merece o devido esclarecimento. Me dê dois dias! Abr. Mielke. Dr.

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    • Olá Mauro Cruz, tudo bem? Conversei com alguns Sindicatos para saber o que eles acham.

      1o que a Portaria não tem a força de uma Lei.
      2o que o Guia ao oferecer uma indicação não a associa (caso contrário, não é verdadeiro) com o seu serviço.
      3o (pensamento meu) desde sempre o comissionamento é uma prática corrente, e entrar na legalidade da mesma, creio que afeta os princípios do livre comércio e da escolha de cada um em fazer ou não negócio. É uma questão estratégica de cada estabelecimento. Cada um pode adotar ou não.
      Claro está que excessos existem e devem ser observados com atenção. É lógico.

      Mas…
      4o De fato a fiscalização é apontada por todos os que consultei como o problema atual. Em outras palavras, este é a pauta do setor.

      abr.

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      • Como guia de turismo profissional e atuante no mercado a 18 anos, penso que ético é a indicação de serviços e produtos para o turista ou agência (cliente), pelo guia, visando a plena satisfação de acordo com o perfil e expectativa do turista. Por isso que a remuneração do guia é feita através de honorários e não de comissionamentos. Comissionamentos pressupõe uma porcentagem em relação ao montante da venda, que é a principal forma de remuneração das representações comerciais, que no caso do turismo é o papel da agência. Uma cortesia, um brinde, uma gorjeta, um bônus dado ao guia é salutar comercialmente para ambas as partes, guias e fornecedores, mas o comissionamento do guia pelo fornecedor fomenta a concorrência entre guias e agências, lembrando que a agência é também a principal contratadora do guia. Com a prática do comissionamento de guias, guias passam a fazer papel de agentes de turismo, o que não é uma boa prática mercadológica entre os guias e as agências, além da prestação de serviços tornar-se de qualidade duvidosa, não adequado ao perfil do turista e diferente de sua expectativa.
        Diferente do guia, que costuma atender diversos tipos de público de alta flutuação e baixa fidelização, as agências trabalham com nichos de mercado, onde a fidelização, o relacionamento empresarial e o atendimento a expectativa do cliente deve ser parte de sua estratégia de qualidade.
        Também sou proprietário de agência e contratador de guias. Profissionalmente como empresário e trabalhador atuante em operação turística menosprezo guias que cobram comissões.

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        • Olá Mauro, Tudo bem?
          Obrigado mais uma vez pelo seu comentário.

          Perceba que o Post analisa alguns critérios que eu uso para saber o quanto de turismo vive uma cidade. Em outras palavras, se a atividade faz parte do dia-a-dia, mas não entra no debate da legalidade do processo. Mesmo porque, e a rigor, comissionamento faz parte de vários elos da cadeia, (não é mesmo?) como das vendas on-line, das companhias aéreas, da hotelaria…E lá tb não se discute a legalidade e sim, a estratégia de comercial adotada.

          Abra.
          Mielke.

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  3. Prezado , acho meio temerária sua colocação sobre uma dependência de comissionamento de guias para uma atuação positiva da cadeia do turismo. O guia tem que se colocar neste contexto como sendo necessária para uma boa experiência do visitante e não como uma imposição. São tantas variantes , começando que , em tese , quem contrata o guia é que deve arcar com sua remuneração justa e acordada. Não há necessidade de muitos estudos quanto a portaria 27 de 2014 criada no embalo da copa de 2014 que na prática não serve para nada , já que guias são comissionados em vários lugares sem os “turistas” saberem. Ela foi feita para evitar sobre preço “descarado” . Já existe uma menção no FAQ do Cadastur que recomenda que não seja paga comissão a guia de turismo anterior a portaria 27 e imagino que muitos ” desconheçam”. Lembrando que no final das contas quem paga a conta é o turista , ou alguém acha que o fornecedor abre mão do lucro?Quanto ao menu de atrativos e mapa turístico gosto e acho interessante , são bem aceitos , mas em época de tanta conectividade devem estar com os dias contados. Sds.

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    • Olá Mauro Bandeira. Obrigado pelo comentário. Me sinto muito honrado.

      Veja, que o texto aponta indicadores somente. São os que eu uso para saber a quantas anda o turismo em uma cidade. Só isso. No máximo toco na questão da visão dos Guias de Turismo gerador de negócios.
      Perceba que não discuto o mérito da legalidade. Mesmo porque, entendo que os Sindicados dos Guias é que devem se pronunciar e verificar se a atual legislação é adequada ou não.
      Se é correto, ou quem deve pagar a conta do Guia, ou não, ou por quem, isto de fato é um outro assunto.

      Obrigado pro sua valiosa contribuição.
      Abr. Mielke.

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