Texto 103 – ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE TURÍSTICO (AEIT). PARTE II – O SUCESSO DE CANCÚN, O QUE DEU CERTO. Série Políticas de Turismo, por Eduardo Mielke.

Crise econômica e subdesenvolvimento dentro de uma beleza cênica sem precedentes e a poucas horas de vôo da maior economia mundial. Um cenário ideal para que o argumento do Turismo ganhe força, como sendo o instrumento de geração de emprego e renda. Feito com muita vontade política, estrutura legal e maciços investimentos estatais, eis que surge um dos Destinos Turísticos ocidentais mais conhecidos: “O ninho das serpentes“, ou Cancún para os íntimos. Uma pequena área localizada na Península de Yucantán, Estado de Quintana Roo, responsável por colocar por décadas o México na vitrine mundial do turismo. 

Todas as previsões iniciais foram muito, mas muito além dos limites do projeto inicial. Aliás, a Reviera Maya é um bom exemplo disso. Em 2017, o Estado obteve o primeiro lugar em número de UHs de todo o México. São cerca de 90 mil, distribuídas em 941 estabelecimentos hoteleiros. 

E ainda hoje mais investimentos estão sendo feitos. Nos últimos dois anos, mais 30 hotéis de grandes redes já inauguraram suas unidades, ou obtiveram as licenças para construção. Mais 7.044 UHs à caminho. Mais emprego, mais renda. Mais dinheiro circulando. Tudo isso motivado por um governo ativo que investe pesadamente na promoção internacional, resultado que se mostra na alta taxa de ocupação anual na região, que é aproximadamente 80%. Que em outras palavras, sugere-se que sazonalidade e futuro incerto, não fazem  parte dos planos do mercado.

Os números deste “Centro Integralmente Planeado” de fato impressionam. O Estado de Quintana Roo com uma área de aproximadamente 34 mil Km2 e onde está Cancún, registrou em 2017, mais de 17 milhões de turistas, sendo quase 8 milhões internacionais. Só passageiros de Cruzeiros, totalizaram cerca de 7 milhões. E de acordo com o Governo daquele estado, no mesmo ano, todo este movimento gerou cerca de 32 bilhões de Reais. E faço referência ao estado inteiro, pois como comentado, o projeto dos anos 70 deu tão certo, que muitos outros investimentos foram realizados além do que era a área original.

E como resultado, tem-se incontáveis postos de trabalho diretos e milhares de famílias que passaram a viver exclusivamente do turismo. E outras tantas, que passaram a trabalhar na prestação de  serviços de apoio para esta massa de trabalhadores. Junto com tudo isso, escolas, centros de treinamentos, hospitais, ruas, avenidas, rodovias, e todas as demais benfeitorias e facilidades, vieram junto com tais investimentos. Bilhões de Reais em impostos e tributos que beneficiaram todo o país. 

Cancún definitivamente representou o que uma AEIT pode e tem capacidade de realizar. Carrega a imagem do seu país. Tá bom pra ti?? 

Mas, todos estas realizações e feitos, foram galgados a que preço? Quais foram os impactos no sentido mais amplo da palavra, que afetaram para sempre tanto residentes, como também seu meio ambiente. Atrás dos números vamos avançar no Lado B desta história? Isto é o que você vai ver na PARTE III – Cancún, o que deu errado. 

Dúvidas, esclarecimentos? Escreva. Curta a fanpage @politicadeturismo

Abraço e obrigado pela confiança.

Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por  processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.

Palestras, Workshops e treinamentos? Escreva para emielke@kau.edu.sa

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