A média nacional de orçamento público anual para Turismo é de 0,62%. E, menos de 8% dos Secretários Municipais tem força política dentro da Prefeitura [1]. Precisa dizer mais alguma coisa? Sem dinheiro e sem prestígio, esta relação 01 para 01, escancara a realidade. Aqui vão 3 vantagens de fazer gestão de Turismo através do COMTUR para o Gestor de Turismo Municipal.
- DECISÕES E RESULTADOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DO COMTUR, E NÃO DO SECRETÁRIO.
O empresariado é o maior interessado no resultado. Então, deixe-os serem parte responsável pelo mesmo. Se o turismo não vai, a culpa não é somente do secretário, a não ser que ele assuma para si. Daí é uma questão de opção temperada com muita vaidade. ORIENTAÇÃO 1: Traga o empresariado e suas entidades para o COMTUR, dando condições para que possam realmente fazer parte do processo decisório. Endosse este processo quando ele surge. Secretário, realize suas reais condições e use o seu poder de secretário para abrir portas onde empresários e entidades não abrem. VANTAGEM 1: Sobra tempo para fazer política e olhar com calma para o município com outros olhos.
- SE O SECRETÁRIO TEM O “NÃO”, O COMTUR TERÁ O “SIM”.
Com este orçamento, os Secretários irão receber muitos nãos do Alcaide e de sua estrutura. Mas as chances deste dizer não ao empresário, são bem menores. Ele sabe que irá precisar de apoio na próxima eleição e todo Político quer ter bom trânsito no empresariado. ORIENTAÇÃO 2: Faça do COMTUR o grande mediador deste processo. As demandas do setor ganharão outra base política e institucional dentro do xadrez político municipal. VANTAGEM 2: A atividade da secretaria parecerá menos uma “gincana”. Com todo mundo agregando, distribuindo atribuições, mais frentes se abrem, tornando o desenvolvimento do turismo mais dinâmico. É desta dinâmica que o mercado vive.
- COMTUR: SEGURANÇA POLÍTICA DA CONTINUIDADE.
Fazer gestão via conselhos é algo novo, mais será cada vez mais normal. Pressões podem vir, e virão. Em bloco, os conselheiros passarão a exigir naturalmente a continuidade das ações políticas e operacionais da secretaria, e do Secretário. ORIENTAÇÃO 3: Traga assuntos político-institucionais delicados para dentro do COMTUR, pedindo um posicionamento da entidade como mediador. Não perca a oportunidade de fazer valer a legitimidade e autonomia do COMTUR (veja PARTE II). VANTAGEM 3: Maior probabilidade do legado da gestão perpetuar por mais tempo, levando consigo a imagem do Secretário de bom e preparado gestor. Deu para entender, não é mesmo?
Semana que vem: PARTE IV – Limites e oportunidades da ação do COMTUR. Dúvidas ou esclarecimentos? Escreva-me mandando um inbox ou pelo Skype.
Abr. Mielke.
[1] MAPA DAS POLÍTICAS DE TURISMO NOS MUNICÍPIOS ONDE HÁ C&VB. Pesquisa que realizamos em parceria com o Brasil C&VB (ainda não publicada).