Texto 95 – O QUE ESPERAR DO GOVERNO BOLSONARO PARA O TURISMO? Série Política de Turismo, por Eduardo Mielke.

Antes de tentar imaginar o que se passa na cabeça do Presidente eleito, o fato do tema segurança pública ser uma das prioridades do seu Governo, já é uma baita ajuda.  Também ajuda o anúncio das intenções acerca da desburocratização, rapidez na emissão de vistos, reformas, diminuição de impostos e do tamanho do Estado. Na atual situação, tudo ajuda. Não é mesmo? 

O que realmente está me preocupando, são as apostas naquelas velhas e ultrapassadas demandas do setor que estão sendo pleiteadas. Mais recursos para promoção turística (sobretudo internacional), investimentos em infraestrutra e capacitação, são nada mais do que um “re-make”, daquela trilogia da depressão (“Temos potencial, mas não é explorado. Falta divulgação“.” Além disso, até a própria discussão sobre a possibilidade do MTUR sumir do mapa ministerial,  também não tem mais sentido. Chega desta história do mais do mesmo.

Basta ver os númerosScreenshot 2018-10-30 at 14.16.01.png do quanto o Brasil patina ao redor dos 4-6 milhões, mesmo antes de 2002. Veja. Se o novo governo de Jair Bolsonaro quiser de verdade fazer a diferença, é vital que adote uma Política de Turismo Nacional, voltando todos os olhares de forma prioritária às verdadeiras bases do negócio turístico, que são as Empresas Turísticas no nível micro, e os Municípios em nível macro. 

Neste sentido destaco 3 pontos principais….

PRIMEIRO. Não dá mais para fazer política de turismo séria, ouvindo Secretário Municipal de Turismo dizer aquela máxima “Temos que ver se o Prefeito vai gostar do projeto“. Urge a implementação de sistemas mais inteligentes de Gestão Turística no Município, como o SIMTUR, através do tripé – C&VB + COMTUR + Poder Público, quebrando  definitivamente a dependência do setor público. Iniciativa privada e o Terceiro Setor, devem estar de forma legítima, mais próximos das suas respectivas responsabilidades pelo sucesso. Chega de governar sozinho.

SEGUNDO. Não dá mais para fazer política de turismo séria, com eventos que seguem desconectados com a economia(s) das Cidades. Quase que a totalidade delas ainda não realiza eventos, cujo tema principal esteja associado diretamente a algum dos respectivos pilares econômicos locais. O poder de propulsão do mercado local através dos eventos é notório. Esse é o seu DNA. Mais uma vez, trata-se de uma mudança de foco.

TERCEIRO. Não dá mais para fazer política de turismo séria, sem a adoção das TI&C como ferramenta estratégica e de constante monitoramento das percepções das experiências vividas (postadas nas mídias sociais) tanto pelos locais e como pelos turistas. Urge a compreensão de que a imagem turística de um país é um somatório de pequenas imagens, que emergem a partir de pequenos esforços que acontecem nas Cidades todos os meses, todos os dias. Mais precisamente em seus bairros e áreas rurais. E, mais ainda pontualmente, nos restaurantes, bistrôs, lojas, atrativos, nas feiras livre e etc. Tudo vai parar no celular…e de lá para o mundo.

Em outras palavras, a competitividade dos destinos surge de baixo-para-cima, a partir de algo real, do honesto e do expontâneo. Somente o olhar às bases poderá fazer o Brasil aproveitar de fato aquilo que tem de graça. Portanto, ao invés de pedir mais dinheiro para infraestrutura e/ou divulgar o “nunda”, a esmo esperando vir o nunca”, olhe localmente. Será daí que você vai começar a ver o resultado de uma Política que pode ser percebida pelo mercado e pelas pessoas, globalmente.

Que a equipe de Bolsonaro veja tudo isso. É o que eu espero. Dúvidas, esclarecimentos? Escreva. Curta a fanpage @politicadeturismo

Abraço e obrigado pela confiança.

Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por  processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.

Palestras, Workshops e treinamentos? Escreva para emielke@kau.edu.sa

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4 comentários em “Texto 95 – O QUE ESPERAR DO GOVERNO BOLSONARO PARA O TURISMO? Série Política de Turismo, por Eduardo Mielke.”

  1. Muito bom seu artigo como sempre. Faça chegar sua opinião aos assessores dele. Concordo plenamente com sua opinião, até mesmo porque a promoção é terna já vem acontecendo. Precisamos de aprimorar o Programa de Regionalização e exigir maior competência na gestão municipal.

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