Texto 12 – O vírus do Assuntinho – Profilaxia e tratamento. Série Gestão de Associações, por Eduardo Mielke.

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Você já participou de uma reunião, em alguma Associação de Turismo de sua Cidade, onde o resultado ficou aquém daquele pretendido? Um dos prováveis motivos pode ser o Vírus do Assuntinho. Cuidado com ele! Esta é a pauta de hoje.

Imagine a cena em que o presidente da Associação de Turismo abre os trabalhos e coloca em debate o estabelecimento do número de Stands da Feira Anual Agropecuária da Cidade. Imediatamente alguém pede a palavra, ou se atravessa, reclamando que o patrocinador até agora não havia dado resposta. Quando este termina, outro alguém aproveita complementando que o Prefeito esteve na Secretaria Estadual de Agricultura do Estado para falar da feira e, em seguida, o que está ao lado enfatiza o quanto os produtores estão animados com o evento. Quanto há uma pequena pausa, outro participante questiona do porquê que neste ano não terá o Parque de Diversões. Lá na ponta da mesa, alguém retruca afirmando que os banheiros químicos serão fornecidos pelos empresários e  no meio disso tudo, sai uma proposta muito boa! Mas, ninguém ouve, pois as pessoas estavam falando ao mesmo tempo um outro assunto. “Mas e os Stands, ficou estabelecido algo? Puxa…!

Aprendi esse termo ao longo dos anos de assessoria. Assuntinho refere-se a qualquer informação, ideia ou fala que não diz respeito ao que está se tratando efetivamente naquele instante. Imperceptível, ligeiro e esguio é um ser não-vivo que destrói muito mais do que reuniões. É um Vírus que afeta diretamente e profundamente a autoestima dos associados e das Associações de Turismo que não percebem mais resultados contundentes nos seus trabalhos. Sem produtividade, corre-se o risco de não serem mais entendidas como instrumentos para melhorar o turismo no município. Além de fazer algumas entidades virarem para si mesmas, é um dos principais motivos da baixa participação da iniciativa privada no terceiro setor. E isto é muito recorrente.

Aqui vão orientações para combater o Assuntinho e melhorar a eficiência das reuniões: 1o Antes de começar a reunião o Presidente deve combinar sobre o perigo do Vírus do Assuntinho. É dele a função de combate, mantendo a reunião no rumo da pauta. Combinado não custa caro. 2o Reunião boa é reunião respeitosa onde não se fala junto. Além de desagradável, perde-se informações na medida em que simplesmente, não se consegue ouvi-las. 3o Se algum dos itens de pauta é polêmico, discuta-os antes em Câmaras Técnicas (CTs), que trarão somente opções – já debatidas – para serem votadas em assembleia. 4o Salvo em casos especiais onde não se dispõem das informações/pessoas necessárias para que se possa tomar uma decisão correta, a reunião não avança sem que o assunto da pauta em questão tenha sido resolvido, votado (e registrado). 5o Reuniões devem ter uma Pauta previamente conhecida, com poucos e bons itens. Não devem durar mais que 2hs (incluindo o tempo para o café). Muitos itens cansam, dispersam e perdem a qualidade do debate em si, não aproveitando qualitativamente o know-how de cada um, além de ser alimento certo para o Vírus. Pense nisso.

Dúvidas em como melhorar mais os processos de gestão da sua Associação de Turismo? Pergunte.

Abraço. Mielke.

4 comentários em “Texto 12 – O vírus do Assuntinho – Profilaxia e tratamento. Série Gestão de Associações, por Eduardo Mielke.”

  1. Olá,
    Parabéns pelo blog e por compartilhar seu conhecimento e experiência.
    Trabalho em município cuja estrutura econômica é o latifúndio e há uma mentalidade atrelada ao rentismo, ao receio em empreender. Muito diferente do associativismo aqui apontado. Gostaria de saber se você pode comentar ou indicar algum caso de sucesso de município com perfil semelhante que conseguiu guinar para o turismo, mesmo de modo incipiente.
    Abraço
    Maurício

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    • Olá Maurício,

      Em primeiro lugar, obrigado pelo seu comentário. Sinto-me honrado e por favor siga o Blog, pois toda semana sai um texto de orientação. Caso o Sr queira sugerir, não hesite, pois posso escrever algo relacionado com a sua necessidade. Mesmo porque, num universo de mais de 5 mil municípios, existem vários que enfrentam o mesmo problema.

      Respondendo a sua pergunta…
      Na ausência de uma Política de Turismo mais clara, cada Município enfrenta seu inferno particular. Isto significa que as soluções são direcionadas à sua realidade. Gestão através de COMTUR, estabelecimento do papel do poder público..encorajar a iniciativa privada a cooperar são conceitos que defendemos aqui desde a criação do Blog (04/2016) e mesmo muito antes (desde 2004). Entretanto são conceitos que não se transformaram em política de turismo ppdito. Dito isso, sugiro fazer como sempre faço com os mais de 120 municípios que já orientei (todos no sentido de implementar estes conceitos dentro daquele contexto infernal – pouco recurso e prestígio).

      Você pode me enviar um inbox para o meu perfil no face ou enviar um email para emielke@kau.edu.sa, ou ainda combinarmos um chat no skype ou zoom. O que preferir. Será sempre um prazer prestar este serviço que é gratuito.
      abr Mielke. E obrigado pela confiança.

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