“Poxa que bacana, eles se preocuparam comigo…”
Ao todo no Brasil são mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (IBGE, sem ano). Simples assim, este número representa 24% de todos os brasileiros. Não é pouco, não e mesmo?
Mas talvez olhando para o poder de consumo individual deste grupo, talvez você possa olhar com algum receio, na medida em que segundo os dados do Ministério do Trabalho (2015), somente 403,2 mil pessoas atuam formalmente no mercado de trabalho[1]. O que pode soar: “tem pouca gente com dinheiro para consumir turismo”…
Ainda que para temperar o discurso, aqui não incluímos as pessoas de melhor idade que precisam de auxílio para se deslocar, etc, dar acessibilidade transcende a tudo isso. Além do óbvio respeito àqueles que devem por direito ter acesso a literalmente TUDO, este olhar e o próprio investimento é na verdade, uma mensagem que se dá à sociedade como um todo.
Atender ao cidadão sem distinção é o mesmo que acolher. É o mesmo que dizer, “olha, venha que aqui nós nos preocupamos com você mesmo. Aqui você será bem tratado e acolhido”. E este sentimento, que vem permeando o que chamamos de hospitalidade, torna-se um convite, um recado direto que é facialmente interpretado como algo bom, no mínimo nobre.
Entenda que o “Poxa que bacana, eles se preocuparam comigo”, vira mídia social. E sendo espontânea, rapidamente será compartilhada numa proporção certamente muito maior à quantidade de R$s investidos. Esta real e sincera preocupação com o outro, torna-se algo mais fácil e honesto de se vender. Bem como mais fácil também será, a receptividade do público.
E isso significa CUSTO ZERO com propaganda. E por acaso não é isso que os empresários mais pedem, Sr. Secretário?.
Aliás, ao invés de gastar o que a Secretaria de Turismo não tem em mídia, tentando alcançar aquele turista que você nem sabe ao certo onde ele está, seja mais eficaz e invista neste tipo de obra. Em cima de tudo isso, você está investindo no seu Cidadão. Aquele mesmo, morador que ficará cada vez mais orgulhoso da sua própria terra, postando fotos e vídeos de como a sua cidade é legal.. Aquele mesmo que lhe dará mais apoio.
Se cada ação gera uma reação, mexa-se. Todos ganham, inclusive você.
Dúvidas, esclarecimento? Pergunte
Mielke, Dr.
[1]www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/09/cresce-numero-de-pessoas-com-deficiencia-no-mercado-de-trabalho-formal
2 comentários em “Texto 45 – ACESSIBILIDADE É MUITO MAIS DO QUE INVESTIMENTO. ENTÃO, MEXA-SE! Série Política de Turismo, por Eduardo Mielke.”
Achei esta matéria muito interessante, apoio a Accessible Tour agência pioneira no turismo acessível e mesmo tendo acesso a secretários de município e de Estado não conseguimos sensibilizá-los para o potencial desse nicho enquanto direito de qualquer cidadão, e impacto no negócio das agências. Parabéns pela matéria!
Olá Maria, obrigado pelo contato, comentário e confiança. O tema é relevante e vai muito além, não é mesmo?
Peço a gentileza que divulgue o Blog e a matéria.
Abr.
Mielke.