Dentro da dinâmica partidária, dificilmente uma legenda irá colocar bons quadros em secretarias que administram poucos recursos, como as de Turismo. E neste âmbito, apostas de futuros políticos dos colegiados de base, se traduz em alocar justamente nestas pastas.
A conta é simples, se por um lado o risco é menor, por outro o aprendizado é o que mais importa na formação destes indivíduos. Por isso é tão normal você ver filhos de políticos e apadrinhados surgindo como secretários. É um investimento barato, com a possibilidade de uma carreira melhor. E “cá pra nós” não é numa sala de aula que se aprende os meandros do Poder Público, não é mesmo?
Sabe aquele desconforto estomacal que as pessoas sentem da política? Acordo é acordo. Respeita-se, senão o governo já começa errado. E diante da crise de recursos que certamente chegará com força nas prefeituras, ninguém quer desgastes desnecessários, não é mesmo?
E neste jogo, há o xadrez político. Nunca se esqueça que ninguém é eleito sozinho. Os acordos feitos pelo seu atual prefeito precisam ser cumpridos. Foram compromissos de campanha assumidos e que após a vitória, precisam ser concretizados. A conta é cobrada mesmo! E a forma de pagamento são os cargos. E se não há em quantidade para todos, cria-se. Não é a toa que muitas secretarias de Turismo são criadas ou desmembradas de outras para justamente acomodar esta complicada dinâmica da base de governo.
Conforme a importância da atividade turística na constituição da economia local, esta realidade pode variar de Cidade para Cidade. Mas via de regra, são poucas os municípios em que Turismo faz de fato a diferença. É preciso existir um conjunto de fatores para isso. São poucos os municípios onde a atividade turística é percebida pela sociedade como algo nobre, gerador de emprego e renda em números consistentes. Estes números alias, quase nem existem!! Daí fica difícil, né?
Diante do exposto, a resultante é quase certa que teremos gestores de turismo inexperientes, tanto na arena política e/ou técnica, entendendo tanto de Turismo e Gestão Pública, como eu de Física Pentaquântica. Basta em continuamos na retórica do que “é o que temos para hoje”. Chega. É preciso olhar para esta histórica situação de uma vez por todas, e saber lidar com ela. Do contrário, não reclame se o Secretário de Turismo juntar todo mundo e anunciar daqui a 6 meses que está sem dinheiro ou que não tem prestígio. Isso já me cansei de ouvir.
Os próximos textos do Blog de Capacitação Política de Turismo trarão a continuação deste assunto, dando sugestões e orientações de como ter oportunidades em meio a esta realidade. Não percam.
Abr. Mielke.
6 comentários em “Texto 46 – SECRETÁRIO MUNICIPAL DE TURISMO: PRIMEIROS PASSOS OU É O QUE SOBROU DO XADREZ POLÍTICO? Série SIMTUR, por Eduardo Mielke.”
Parabéns pela abordagem desse Tema.
Obrigado Moacyr,
Aproveito para salientar que para lidar com este tema, três outros textos em série serão publicados. Espero que goste e que eles sejam úteis. abr Mielke
Boa tarde
Gostei doque esplanou com estas palavras. Sou formado em turismo e tenho a oportunidade agora como secretario de Turismo do meu Município fazer oque gosto ebotar em pratica os planos e projetos. O prefeito está me dando liberdade para trabalhar porque ele também percebeu que o municipio por ser pequeno tem a chance de mudar atravéz do turismo na geração de renda e empregos, e no momento estamos com uma empresa elaborando projetos para varios pontos ja vizitados e outros a ser explorado apartir desta gestao e se possivel pra ontem, então gostaria saber se voçes tem algum material de auto ajuda ou semelhante e até mesmo pra estimular mais tanto eu quanto o prefeito em acreditar mais nos projetos de turismo.
Att, Junior
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Olá Junior, em primeiro lugar parabéns ela pasta e pelo comentário.
Material há, porém é preciso entender melhor o que de fato precisa. Que tal um skype para conversarmos melhor. O que me diz?
Abr Mielke.
Realmente Mielke, para se ter um bom planejamento turístico que invariavelmente deve-se ter um projeto e quando se trata de um município a politica faz parte e a situação mostra-se complicada, acredito não por que as verbas são enxutas mas por conta da incapacidade e por conta na inexperiência de teoria de como formatar um projeto sustentável, se o olhar para o turismo fosse visto de uma outra forma, como gerador de um ciclo virtuoso e consolidador da economia nossos nobres representantes mudariam seus planos. O brasil precisa ter mais vocação para esse nicho de mercado e parar de ser mero espectador, enfim, na luta!
Continuo te acompanhando.
Rodrigo
Olá Rodrigo, em primeiro lugar agradeço a comentário e a confiança do trabalho do Gestão&Política de Turismo no Município. O principal questão que permeia os municípios é cominho rumo ao entendimento que não há outra forma senão do Cooperar para Competir. E isto se faz em rede …do tipo colaborativa onde cada um da engrenagem do SIMTUR conhece e sabe bem claramente o seu próprio papel.
Enquanto o Terceiro Setor e os empresários ficarem esperando o movimento do poder público, muito ou quase nada iremos avançar. No Blog estou optando por escrever textos direcionados aos Gestores Públicos…
Neste sentido…estamos juntos no seguindo lutando! Abr. Mielke.