Com alguma ironia-pasmática, se me permitem, apresento os resultados finais. Mas, também não é para menos. Hoje o assunto é: Dinâmica do Poder no que se refere aos rumos da política de turismo no município, orçamento da pasta, e relacionamento da Secretaria de Turismo com os CVB. Tudo isso e um pouco mais nesta PARTE IV, a último texto desta pesquisa sobre MAPA NACIONAL DAS POLÍTICAS DE TURISMO NO MUNICÍPIO – COM 40 C&VB.
Vamos lá…
- Na percepção de 72% dos C&VB, as ações promocionais (conhecidas como marketing) de turismo dependem do poder público, mesmo porquê, no entendimento dos empresários turísticos mantenedores, a Prefeitura é a responsável por divulgar o turismo no município.
- Para 92% dos C&VB o Secretário de Turismo do Município atual não tem força política dentro da estrutura da prefeitura e nem participa bem de perto do núcleo de poder entorno do prefeito.
- Na opinião de 72% dos C&VB, o COMTUR não possui força para influenciar em decisões da Prefeitura.
- Em média, em 2017 o orçamento médio das Secretarias de Turismo foi de 0,62% do total da Prefeitura inteira.
De trás para frente. O “volume” deste orçamento nos diz muito. Ele é proporcional ao prestígio (ou melhor dizendo, a falta de) dentro da estrutura da Prefeitura, sendo que ironicamente os COMTURs, que deveriam ser os instrumentos de mudança são coalhados de pessoas do próprio poder público, como visto nas partes anteriores desta pesquisa. Ora. Não dá, né?
E o fato de que muitos empresários acharem que a divulgação + propaganda é papel da Prefeitura, nos mostra o quanto viciados eles estão, para não dizer mimados. Cenário perfeito para o “nada acontece”. Avançando de forma mais profunda, … objetivando agora compreender as políticas de turismo através da cooperação e da reação entre poder público e C&VB,
- Ao decidir sobre um evento, ação promocional, investimento em capacitação ou algum investimento em infraestrutura, em 76% dos casos, o Secretário de Turismo do Município nunca consulta a opinião do C&VB, tomando decisões unilaterais. É mole?
- Somente em 18% das Cidades, o Secretário de Turismo busca alternativas, a fim de instigar a cooperação do trade turístico no seu município, organizando FAMTURS e ou reuniões de trabalho entre empresário para discutir sobre turismo.
- E nesta linha, somente em 4% dos Municípios pesquisados o Secretário de Turismo do Município consulta o C&VB sobre o Planejamento Pluri Anual – PPA da pasta. Ressaltamos, que 100% dos Municípios pesquisados estão nas categorias A ou B da lista do Ministério do Turismo.
O distanciamento do poder público dentro do contexto de uma gestão mais compartilhada é evidente. Não é difícil supor que Secretários e Prefeitos, estão governando sozinhos. Isso é muito ruim. Aquela história do COOPERAR PARA COMPETIR…esquece…Não é a toa que as coisas estão como estão….Contra fatos não há argumentos.
E por fim, quisermos saber se havia pelo menos algum tipo de diálogo institucional, dos C&VB com a Câmara de Vereadores. Entendo que o Poder Legislativo, dentro da estrutura de governança de uma Cidade, tem um papel fundamental.
- Em 81% das Cidades, a relação entre a Câmara de Vereadores e C&VB é indiferente. Não há uma agenda de trabalho sobre turismo ou, não há diálogo sobre assuntos relativos ao turismo.
Um detalhe sobre este número: Se você acha que C&VB não deveria se envolver com o parlamento local, reveja e muito os seus conceitos. Não se esqueça que é de lá que vem a aprovação do orçamento para o turismo.
As exceções no entanto, ainda são regra. Mas pelo menos elas existem..há luz..no fim do túnel…
Mas, é irônico para não dizer trágico a realidade que vivemos. Se Turismo é uma atividade comercial e que depende do empresariado local, esta falta de conexão ou articulação fere plenamente qualquer princípio de noção de participação da sociedade civil no planejamento e implementação das Políticas Públicas de Turismo. Pense nisso.
Agradeço a paciência por aguardar todas os textos desta série especial. Para saber mais sobre a pesquisa e as demais informações que obtivemos, escreva. Será sempre um aprendizado poder compartilhar com você. Obrigado pela confiança e até a próxima 4f.
Abraços Eduardo Mielke.
Dúvidas, esclarecimentos? Escreva. Curta a fanpage @politicadeturismo
Obrigado pela confiança.
Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.
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1 comentário em “Texto 110 – MAPA NACIONAL DAS POLÍTICAS DE TURISMO NO MUNICÍPIO – COM 40 C&VB – PARTE IV: A RELAÇÃO COM A PREFEITURA E FORÇAS POLÍTICAS. Série Política de Turismo. Por Eduardo Mielke.”