3000 pessoas chegando ao mesmo tempo no Rio de Janeiro ou Salvador em um navio de Cruzeiro, não causam muito efeito. Tais Cidades, assim como outras Capitais onde há portos, tem capacidade de carga de sobra para absorver esta onda de gente. Em outras palavras, o impacto é mitigado e, portanto, não muito percebido no conjunto da obra. Sobretudo quando falamos de períodos sazonais onde o fluxo turístico já é intenso. A questão é quando estamos falando de Cidades menores. Então, vamos lá…
Ah! Antes de mais nada, se esta é a sua primeira vez, seja bem vindo ao Blog de Capacitação Gestão & Política de Turismo no Município. Nosso objetivo é ajudar, orientando gestores públicos e técnicos a colocar sua Cidade no Mapa do Mercado Turístico e de Eventos. Se já acessou outros textos, obrigado mais uma vez pela confiança. Se gostou, compartilhe e curta. Toda semana tem um novo texto!
O problema é quando estas mesmas 3000 pessoas chegam em Municípios bem menores, este volume não é mais uma simples marolinha. Mas sim, um verdadeiro Tsunami. E a grande discussão é exatamente sobre a relação das companhias que operam os Cruzeiros e as comunidades receptoras. Se você pensa que o Mercado de Cruzeiros é uma boa opção como estratégia de desenvolvimento turístico local, já passou da hora de rever seus conceitos. A literatura especializada, que é muito vasta e com pesquisas conduzidas por diferentes linhas teórica ou até ideológicas, aponta para os mesmos problemas. Então, não dá para fechar os olhos.
Além dos clássicos, e que são percebidos imediatamente, como lixo e poluição das águas, especulação imobiliária, importação de mão-de-obra especializada e de produtos, práticas abusivas de sobre preço, há aqueles que realmente são os mais nocivos. Apesar de não serem percebidos a olho nu, fazem o verdadeiro estrago.
Comunidades não acostumadas com Tsunamis ou que já seguem determinada rotina, tendem a não manter ou conseguir manter as relações de cooperação entre as pessoas e empresas turísticas locais. As disputas pelo protagonismo e negócios, temperadas pela possibilidade de ganhos pontuais são o motor da quebra silenciosa da confiança dentro da cadeia de valor que fica. E será ela que irá corroer lá na frente qualquer possibilidade de resultados advindos do trabalho cooperado, que é essência do desenvolvimento turístico sustentável.
Tsunamis podem vir, mas é preciso se preparar para enfrentá-los. Se você é Secretário de turismo e me lê, traga a pauta para o COMTUR. Apresente o que pode acontecer, os impactos, riscos e oportunidades. A discussão é necessária ao próprio amadurecimento do trabalho coletivo. Chame as companhias que operam os Cruzeiros e discuta com soluções. Inclua onde a exclusão é o status quo. O argumento é que Turista precisa ter um bom serviço, e a percepção de uma boa experiência depende disso. Não se esqueça que, no final das contas, todo mundo, de uma forma ou de outra, está no mesmo barco. Pense nisso.
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Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Desde 2004, meu trabalho é ajudar você que é gestor Público ou representa uma associação de turismo ou COMTUR. Os textos são para auxiliar/orientar também, aqueles Governos que buscam usar de forma mais inteligente os recursos disponíveis através da cooperação. O que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.
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